quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Imóvel menor muda perfil e atrai investidor

Antiga quitinete agora é loft em bairros nobres da capital paulista, como Campo Belo, Brooklin e Pinheiros
As unidades pequenas tomam endereços antes dedicados a apartamentos de quatro dormitórios, diz estudo
Quem procura imóvel novo, para morar ou investir, já percebe uma mudança no perfil de lançamentos nas áreas nobres de São Paulo.
O apartamento de um dormitório, com área média de 48 m², toma endereços antes utilizados para a construção de imóveis de quatro quartos.
Um estudo exclusivo para a Folha mostra que as cinco regiões em que houve maior aumento de apartamentos de um dormitório são: Brooklin, Campo Belo, Vila Olímpia, Bela Vista e Pinheiros.
De acordo com o levantamento da imobiliária Lopes, no Brooklin, onde não foram lançados imóveis de um dormitório entre 2006 e 2008, esse perfil passou a representar quatro em cada 10 novos empreendimentos.
Em contrapartida, a parcela daqueles com mais de três dormitórios caiu de 76% para 5%.
No Campo Belo, há hoje quatro lançamentos de um dormitório em cada 10 -antes, os pequenos eram só 3%. E, em Pinheiros, são três em cada 10, em comparação com nenhum há quatro anos.
Na Vila Olímpia e na Bela Vista, as parcelas mais que dobraram, saltando para 58% (quase seis em cada 10) e 52%, respectivamente.
ANTIGA QUITINETE
A mudança de perfil foi impulsionada por dois fatores principais: o alto valor do metro quadrado e as novas prioridades de quem compra.
“Um apartamento novo de pouco mais 100 m² nessas áreas não custa menos de R$ 1 milhão, e isso assusta o consumidor”, diz Roberto Coelho da Fonseca, diretor da imobiliária Coelho da Fonseca.
O preço médio do m² lançado no Brooklin, segundo a Lopes, está em R$ 8.660. Em Pinheiros, R$ 9.520 e, na Vila Olímpia, R$ 10.630. Na Bela Vista, fica em R$ 8.150 e, no Campo Belo, R$ 8.300.
“Na hora da compra, a proximidade do trabalho e do lazer tem contado mais que o espaço do imóvel”, completa Coelho da Fonseca.
Esses compradores são jovens em busca do primeiro apartamento -beneficiados pelo crédito-, famílias com só um filho ou divorciados a procura de um novo lar.
Nesse cenário, os “imóveis compactos” também mudaram. Muitos passaram a oferecer lavanderia coletiva e sala de reuniões no térreo, academia e serviço de limpeza.
“As antigas e sem graça quitinetes agora são chamadas de ‘lofts’. Têm infraestrutura e grande demanda por compra e locação”, diz Vinicius Leite, vice-presidente da imobiliária Fernandez Mera.
Carolina Matos
Publicado por Folha de São Paulo

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