Metade do contingente de famílias que quer
comprar imóvel tem intenção de investir para renda futura, detecta
pesquisa tabulada pelo Centro Técnico Datastore e apresentada no Brazil
GRI 2011
Atualmente, em qualquer nível de renda, aproximadamente 30% dos consumidores pensam em comprar um
imóvel, índice que sobe para 50% entre aqueles que ocupam faixas de renda mais baixas. Cidades como
São Paulo e Rio de Janeiro, pela alta oferta, estão enquadradas no primeiro caso.
No
entanto, na região Nordeste, em localidades como Fortaleza, Natal ou
Recife, aumenta a parcela de consumidores com necessidade de adquirir o
imóvel próprio, constata a pesquisa Acervo Datastore 2009-2011 tabulada
pelo Centro Técnico Datastore, com sede em Campinas, a cerca de 100
quilômetros de São Paulo.
“Vemos um novo
investidor nascer no país. Ele pertence à família com imóvel próprio,
renda baixa, média ou alta e que quer comprar apenas mais um novo imóvel
para renda futura (venda ou locação). Este volume é grande, em algumas
cidades chega próximo à metade do contingente da famílias que quer
comprar imóvel em 24 meses”, declara Marcus Araújo, presidente do
Datastore, instituição que desenvolve pesquisa com soluções para os
problemas de
incorporação encomendada por um total de cem construtoras e incorporadoras de todo o país.
Araújo
apresentou o trabalho durante o Brazil GRI 2011 (Global Real Estate
Institute), que reuniu entre os dias 8 e 9 de novembro, em São Paulo, os
profissionais do mercado imobiliário para debater estratégias de
investimentos imobiliários no Brasil.
Segundo o
presidente do Datastore, “o Nordeste e Centro- Oeste são mercados mais
aquecidos que o Sul. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, do total de
entrevistados, entre 32 % e 34 % demonstram intenção em adquirir imóvel
em 24 meses”, ressalta
Entre as faixas de renda A e
B, conforme a pesquisa apresentada por Marcus Araújo, há duas grandes
vertentes, uma na qual pelo menos metade já tem imóvel mas ainda assim
deseja adquirir um segundo, neste caso de melhor padrão. “A tipologia do
quatro quartos só tem massa crítica em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Em cidades como Florianópolis, Natal, Fortaleza, as pessoas preferem
três dormitórios com uma terceira sala, varanda gourmet para receber os
amigos e também porque a família diminuiu”, diz ele.
Na
classe C, que é emergente e que surgiu nos ultimos dez anos, não há
desejo, há necessidade. Por isso geralmente as vendas para essa faixa de
renda acontecem com grande velocidade e isso por causa de dois grandes
fatores: o subsídio do governo, do programa Minha Casa, Minha Vida, e a
necessidade de se criar um produto para essa faixa. “É o sonho da casa
própria se tornando realidade, uma coisa palpável, porque tem opções e,
com a economia estável, é possível programar a compra em até 300 meses”.
No
município de Imperatriz, no Maranhão, a pressão da demanda de 48% é
quase o dobro do que em São Paulo. No Nordeste brasileiro aumenta assim
como no sul enquanto Rio e são Paulo se mantém estável, incluindo o rico
interior paulista. No Norte, Nordeste e Sul, a renda cai. “Nessas
regiões a demanda existe, assim como as oportunidades, e as pessoas
absorvem rapidamente as unidades disponíveis”, atesta o consultor
Quanto
menor o poder de compra, maior é a pressão da demanda. Entre São Paulo e
Rio de Janeiro e o restante do país ainda é possível identificar
oportunidades de negócios, principalmente no Distrito Federal, Paraná,
Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, e alguns estados do Nordeste como
Ceará, Pernambuco e Salvador.
“Cidades de 250 mil a
300 mil habitantes são grandes oportunidades para loteadores. Isso vale
de Arapiraca, em Alagoas, e Dourados, no Mato Grosso do Sul, a
Piracicaba, em São Paulo”, explica.
A Datastore
atende construtoras, loteadores e incorporadores de todo o Brasil com
suas pesquisas de mercado. O foco são pesquisas com entrevistas
pessoais/presenciais com consumidores com renda e com interesse em
adquirir produtos imobiliários.
Nos últimos 24 meses realizou estudos com aproximadamente 56 mil entrevistas de campo executadas sobre demanda
imobiliária,
a pedido dos vários clientes em todo o país. Observou-se que existe uma
intenção média de adquirir imóveis em torno dos 33% das populações das
classes A, B e C+ com renda superior a R$ 2,5 mil e de R$ 3 mil em
diante.
Escolha do imóvel para moradia
“Este
Acervo Datastore, de 2009-2011, nos diz que a vontade de adquirir
imóveis por todo o Brasil é muito grande e consolidada, mesmo com toda a
oferta realizada nos últimos anos”, enfatiza Araujo.
O
perfil do morador identifica famílias que querem comprar imóvel para
morar, e que procura principalmente segurança, comodidade (comércios e
serviços próximos de onde vai morar) e área verde, ou seja, regiões no
entorno das cidades contendo natureza, ou projeto paisagístico de
qualidade se o empreendimento estiver numa área verticalizada.
Na
média geral, o interesse do comprador recai sobre os imóveis com no
mínimo uma suite (ou mais suites para as rendas mais altas); lavabo; uma
sala de TV além das salas de estar e jantar; varanda gourmet, que serve
para eventos dentro de casa, sem usar o salão de festas, que se destina
a ocasiões com mais gente, integrada com a cozinha por uma porta de
acesso.
Na parte externa, foi-se o tempo dos
tradicionais clubes sociais externos, trocados agora pelos condomínio.
As famílias querem piscina com raia que está na moda; área para passear
com cães, e área verde com praça, bosque ou minibosque.
Publicado por Brasil Econômico