sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Berrini é região paulista que ganhará mais edifícios comerciais de luxo até 2013

Expansão será maior que na Faria Lima e em Alphaville, áreas que dominaram o índice em 2011; atualmente, a Berrini já é região com mais imóveis do tipo na cidade.
No ano que vem, serão inaugurados 118.550 m2 de escritórios de luxo – aqueles que levam classificação A e AA do mercado imobiliário – na região da Av. Luis Carlos Berrini, zona sul de São Paulo. Em 2013, haverá novos 71.831m2 de espaços comerciais desse tipo na mesma área. Isso faz da chamada "região da Berrini" aquela que mais receberá imóveis comerciais de alto padrão na capital paulista nos próximos dois anos, superando a Av. Faria Lima e Alphaville, que lideraram o índice em 2011.
Atualmente, a Berrini é a região que tem a maior parte dos imóveis comerciais de luxo de São Paulo, com 19% do total. Em seguida vem a Marginal Pinheiros (18,22%) e a Faria Lima (14,83%). Em 2013, a liderança da Berrini será reforçada e a região irá responder por pouco mais de 20% dos empreendimentos do tipo na capital paulista.
"Os imóveis comerciais A e AA são a categoria que mais cresce em São Paulo", explica Simone Santos, diretora da imobiliária Herzog, empresa responsável pelo estudo, cujos dados consideram imóveis em construção e com data de entrega definida. "Em termos de valor de locação, a Faria Lima é e vai continuar sendo, nos próximos anos, a região mais valorizada", afirma.
Outra área que terá forte expansão nesse segmento é a chamada "Marginal Morumbi", o trecho da Marginal Pinheiros próximo ao bairro do Morumbi. A região terá novos 67.435m2 de conjuntos comerciais dos tipos A ou AA em 2012, e 49.248m2 em 2013.
São Paulo tem hoje 10,2 milhões de m2 de escritórios, dos quais 1,74 milhão (ou 17% do total) são dos tipos A ou AA, a classificação mais alta. Em 2013, esse segmento deverá possuir 2,57 milhões de m² na cidade, o que significa que a expansão nesses próximos dois anos será de 47%. As principais regiões com edifícios comerciais de luxo na cidade são o Centro, Paulista, Jardins, Faria Lima, Itaim, Vila Olímpia, Berrini, Marginal, Verbo Divino e Alphaville.

Publicado por IG São Paulo

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mercado imobiliário: como esse setor vai se comportar em 2012?

Os brasileiros já começaram a contagem regressiva. Em menos de 20 dias inicia-se o novo ano, e com muitas expectativas, sobretudo para os setores mais importantes da economia. Uma das questões é: como será o comportamento do mercado imobiliário ao longo de 2012? Veremos um aquecimento, uma retração, alta nos preços, mais oferta, enfim, o que podemos esperar?
O diretor de economia do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Eduardo Zaidan, aposta em uma acomodação dos preços, em relação aos níveis verificados nos anos anteriores.
Zaidan explica que os preços dos imóveis em São Paulo subiram muito nos últimos anos por conta de uma demanda reprimida que inundou o mercado. Essa forte demanda refletiu tanto a onda de estabilidade monetária pela qual o Brasil passou, com baixos índices de inflação, quanto o crescimento sustentável do País, com renda e emprego crescendo consistentemente.
No entanto, se por um lado esses fatores fizeram com que o mercado imobiliário mostrasse números “muito espetaculares”, por outro, essa mesma demanda reprimida já foi bastante atendida e 2011 já começou a mostrar uma evolução mais moderada. Assim, para 2012, Zaidan espera uma demanda ainda grande, “mas não com números tão fortes como em 2008, 2009 e 2010”, sobretudo por conta desse atendimento da demanda.
O presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo), José Augusto Viana Neto, tem opinião semelhante à de Zaidan. “Os preços tendem a se estabilizar a partir desse momento. Não haverá um aumento de preço como ocorreu até 2010”, afirma Neto.
De todo modo, ambos descartam a possibilidade de retração nos preços. Os preços vão, sim, continuar subindo, mas apenas em ritmo mais reduzido. Neto explica que os números observados em 2011 sinalizam que a desaceleração já começou, “mostrando que o mercado está encontrando um ponto de equilíbrio entre oferta e demanda”.
Regiões e regiões
Se, na média, devemos esperar uma estabilidade nos preços, não podemos esquecer que há regiões demandadas e as ‘super demandadas’. Neste último caso está São Paulo.
Nesses locais ‘super demandados’, a expectativa é de que os preços se mantenham em alta. “Se você lançar um prédio na Alameda Campinas, no meio de Moema ou no entorno da Juscelino Kubitschek, ele vai ser caro, não tem jeito”. Nesses locais, onde a demanda é forte e contínua e os imóveis chegam a ser considerados raros, não há como esperar qualquer tipo de retração nos preços.
Zaidan também lembrou de todos os custos envolvidos no processo de construção. As construtoras precisam administrar os altos custos dos terrenos, a mão de obra cara, a rígida fiscalização, problemas na entrega de materiais e a forte valorização nos preços dos terrenos, por exemplo. Esses elementos pressionam e continuarão pressionando os preços dos imóveis.
Locação
Falando das locações, Zaidan acredita que em 2012 haverá uma oferta maior de imóveis para locação, o que corrobora a avaliação de que esse é um tipo de investimento muito interessante. A respeito dos preços, Zaidan afirma que “os aluguéis de imóveis bem localizados vão continuar caros”.
O presidente do Creci-SP também confirma a perspectiva de que o mercado de locação vai continuar aquecido, “há muitas pessoas necessitando de imóveis para alugar, e por isso o valor da locação acaba sendo excessivo. Os proprietários estão aproveitando esse momento”, diz Viana Neto.
Em sua análise, o imóvel nesse momento é “um excelente investimento para quem quer aplicar dinheiro para ter renda de aluguel”. Os preços dos aluguéis devem continuar elevados ainda por muito tempo, mas a localização é um fator que deve sempre ser considerado. “Imóveis mais populares, em regiões próximas à linha de metrô, por exemplo, têm uma procura muito maior e, portanto, uma valorização maior”, explica.
Além disso, os preços dos aluguéis devem ser analisados considerando o conjunto de custos que o inquilino terá por mês para morar em um determinado imóvel. Na prática, isso quer dizer que a evolução dos preços dos aluguéis também será influenciada pela evolução dos valores dos condomínios e do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
“Alguns aluguéis não vão subir muito porque o condomínio e IPTU já subiram demais”, explica Zaidan. Por outro lado, aqueles imóveis que não tiveram altas expressivas nesses dois custos poderão apresentar altas mais fortes nos aluguéis.
A região e o tipo de apartamento também influenciam tanto no valor do aluguel quanto na velocidade com que o imóvel é locado. Imóveis de um a dois dormitórios em Moema, por exemplo, não ficam um mês sem ser alugado. “Os bons imóveis, os imóveis menores, não esquentam prateleira”, afirma Zaidan.
Publicado por Infomoney

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Boas festas!!


Que as luzes de Natal tragam saúde, paz, amor, união, alegria e perseverança, para que todos os dias, enquanto trabalhamos para um mundo melhor, possamos tocar os corações de um numero cada vez maior de pessoas, proporcionando momentos especiais.

Nós da Saruê Imóveis, desejamos um Feliz Natal e um ano de 2012 repleto de realizações.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Jardins terá mais quatro shoppings

Entorno da Avenida Paulista deve concentrar expansão do comércio em São Paulo

A região da avenida Paulista deve ganhar quatro novos shoppings, segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo neste domingo. A maior preocupação de moradores e especialistas em urbanismo é com o aumento dos congestionamentos na região dos Jardins.

O projeto mais ousado foi batizado de Torre Matarazzo. O empreendimento será construído no mesmo local que abrigou o casarão da família do industrial mais conhecido da cidade na primeira metade do século passado. Serão cinco pavimentos de shopping, torres de salas comerciais e 1.600 vagas de garagem.

Outro grande empreendimento será erguido no terreno que abrigava o antigo hospital Umberto Primo, a uma quadra da avenida Paulista, e incluirá hotéis de luxo, cinemas, teatro e lojas. O terceiro empreendimento será integrado ao hotel Fasano, na rua Oscar Freire, e terá 60 lojas. Outro projeto de uso misto é planejado para a mesma rua, mas os detalhes ainda não são conhecidos.

Publicado por Exame.com

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Escritórios de luxo crescerão 48% em dois anos em SP

O perfil das salas comerciais em São Paulo está em transformação. Os empreendimentos AA e A vão liderar o crescimento no setor, com alta de 47,8% até 2013.
Com o "boom" de lançamentos, eles passarão de 17% para 22% do total na capital e em Alphaville, bairro de Barueri. Os dados são de estudo da Herzog Imóveis Industriais e Comerciais.
"Uma das razões para a alta é que o volume de escritórios com esse formato ainda é pequeno", diz Simone Santos, diretora da empresa.
Hoje, 45% dos escritórios são classe C, sem ar condicionado central e com poucas vagas na garagem. Esse número cairá para 39% em 2013.
Outro estudo, feito pela Colliers International Brasil, mostra que a taxa de vacância (porcentagem de espaços vazios) da cidade de São Paulo para escritórios corporativos de alto padrão foi a menor do mundo no segundo trimestre.
A pesquisa apontou que a vacância foi de 0,8%, ante 5,7% no período de abril a junho do ano passado. "Uma taxa saudável estaria entre 7% e 8%", diz a vice-presidente da Colliers, Sandra Ralston.
O vice-presidente do Sinduscon-SP (sindicato da indústria da construção), Maurício Bianchi, diz que os valores de aluguel dos imóveis corporativos estão em um patamar muito alto. "Isso confirma que faltam escritórios de alta performance tecnológica."
Entre as regiões que receberão mais conjuntos comerciais AA e A neste ano está Alphaville, com 37,5% do total.

Publicado por Folha de São Paulo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Apartamentos com dois quartos de vários preços e padrões

Diferença de valores entre lançamentos chega a 21 vezes na capital paulista.

O imóvel de dois dormitórios caiu definitivamente no gosto das incorporadoras. De janeiro a outubro, de acordo com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), 11.363 unidades desse tipo foram lançadas na cidade - 43% do total no ano. Mais da metade das vendas em setembro também envolviam imóveis de dois quartos, segundo Sindicato da Habitação (Secovi-SP). Mais lançado e vendido na capital, ele é opção para preferências e bolsos diversos.
Em 2011, a diferença de preços chega a 21 vezes entre os lançamentos. Uma unidade com 42 metros quadrados no mais barato deles, o Dez Guarapiranga, dos incorporadores Bueno Netto e Cury Construtora, foi anunciada a R$ 121,4 mil em agosto. Na Vila Nova Conceição, o custo do mais valorizado apartamento duplex do Vila Nova Luxury Design Home, com 138 m², chegava em outubro a R$ 2,5 milhão.
O Dez Guarapiranga, econômico, tem como foco o programa Minha Casa, Minha Vida, que na capital tem teto de R$ 170 mil. “Quando estamos desenvolvendo o produto, pensamos no sentido de economizar”, diz o diretor de marketing da Cury Construtora, André Camargo. Os quartos no apartamento têm em média 7,32 m² - 2,4 m de largura por 3,05 de comprimento.
Com metragens tão reduzidas, Camargo acredita estar muito próximo do limite de viabilidade dos projetos. “Menor do que 42 m² ficaria difícil conseguir enquadrar o produto nas exigências da Caixa Econômica Federal. O banco estabelece parâmetros mínimos para a concessão de crédito imobiliário.
O Vila Nova, na outra ponta, tem a proposta de atrair jovens, solteiros e novos casais em busca de imóveis “compactos” no segmento AAA. “A região tem apartamentos grandes. Como havia oferta nessa faixa, achamos importante lançar um produto para complementar”, diz o diretor da área residencial da incorporadora Tishman Speyer, Danny Spiewak. O metro quadrado por lá supera os R$ 16 mil.
Cerca de 20% das unidades no edifício serão duplex com dois dormitórios - há ainda apartamentos de um dormitório com 70 m² e coberturas tríplex de 230 m². “Vamos replicar (o projeto)em outras regiões da cidade. Procuramos terrenos nos Jardins.”
O lançamento na Vila Nova Conceição está, no entanto, fora da média. Na opinião do diretor de Incorporação da Even, Ricardo Grimone, os empreendimentos de dois quartos têm em média de 45 m² a 75 m², valendo até R$ 600 mil. A empresa lançou em 2011 nove empreendimentos com dois dormitórios em distritos como Brooklin, Lapa, Pompeia e Tatuapé.
Mas foi a região do Morumbi a que mais recebeu lançamentos desse tipo de janeiro a outubro, com 939 unidades. Cem delas pertencem ao edifício On Panamby, da incorporadora Kallas.
“O dois dormitórios é muito flexível. Quanto mais se vai para regiões de alto padrão, mais se pode aumentar o imóvel”, diz a diretora de incorporação da empresa, Tatiana Kallas. Com 77 m², o apartamento no edifício tem 23 m² mais do que uma unidade do Oggi Penha, também da companhia.
“É o produto adequado para o poder aquisitivo da área.” A localização dos imóveis interfere diretamente nos preços, de acordo com o economista chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. “Na franja da cidade, encontram-se os empreendimentos mais baratos. Quando nos aproximamos do centro, em áreas como Vila Matilde e Santo Amaro, eles passam a ser vendidos de R$ 4 mil a R$ 6 mil por m². Fechando um pouco, temos imóveis um pouco maiores, de 70 m² a 80 m², a até R$ 8 mil. E então há aqueles de regiões fora da curva”, diz.
Crédito em alta e custos elevados do setor favorecem produto
A ampliação do crédito e os altos custos no setor colocaram novamente os imóveis de dois dormitórios na liderança do mercado paulistano. Desde 2009, esses residenciais representam mais de 40% de todas as unidades lançadas na capital paulista.
“A demanda no mercado é limitada pelo crédito, pelo poder aquisitivo da classe média e pelos altos preços de terreno”, avalia o diretor executivo da incorporadora You, Inc, Eduardo Muszkat.
No segmento de dois dormitórios, a companhia aposta em edifícios com unidades de 48 m² a 62 m² e avaliadas entre R$ 250 mil e R$ 350 mil. “Desde que a pessoa tenha recurso suficiente, ela prefere o apartamento de dois quartos ao de um, para ter uma folga. O dois dormitórios é uma espécie de coringa.”
A You, Inc adota ainda como estratégia a possibilidade de conversão de apartamentos de três dormitórios em unidades de duas suítes. É o caso do You Ibirapuera, recém lançado pela incorporadora na zona sul de São Paulo, com imóveis de 98 m² voltados às classes A e B.
SFH. A opção de uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em aquisições de até R$ 500 mil realizadas pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) explica a procura pelos dois dormitórios, na opinião do diretor de Incorporação da Even, Ricardo Grimone. “Quando esse imóvel se descolou do SFH, ele perdeu força. Toda vez que há um salto no teto do sistema, o dois dormitórios ganha impulso”, explica.
O economista chefe do Secovi. Celso Petrucci, acredita na adequação do mercado à nova configuração populacional da cidade. “O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está mudando a apuração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) porque o perfil do consumidor mudou. Mais da metade dos financiamentos da Caixa Econômica Federal são para compradores de até 35 anos”, conclui.

Gustavo Coltri
Publicado por estadao.com.br.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Faria Lima: plano da Prefeitura deve dobrar trânsito

Urbanistas alertam para consequências da liberação de construção de 410 mil m² em prédios, já aprovada em 1ª votação pela Câmara

O volume de tráfego na já congestionada região das Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Presidente Juscelino Kubitschek, entre Pinheiros e Vila Olímpia, na zona oeste da capital, deve dobrar nos próximos anos. Segundos urbanistas, esse é um dos efeitos da construção de mais 410 mil m² em prédios residenciais e comerciais, aprovada em primeira votação pela Câmara na quinta-feira passada - a segunda votação pode ocorrer ainda neste ano.
Se o projeto proposto pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) for aceito, o perímetro da Operação Urbana Faria Lima pode receber 24 arranha-céus iguais ao Edifício Altino Arantes, a Torre do Banespa, que fica no centro de São Paulo. Com base na média de uma vaga de estacionamento a cada 35 m² de construção - parâmetro utilizado por arquitetos e técnicos da própria administração municipal -, os novos empreendimentos da área absorveriam 11.700 veículos.
A quantidade é maior que os atuais 9.600 carros que passam pela Juscelino na hora de maior movimento de manhã e os 7 mil automóveis que entopem a Faria Lima no horário de pico da tarde. "É só passar às 18h perto do Shopping Iguatemi para ver que a região não suporta mais carros. Como vai ficar com os prédios novos?", pergunta o advogado Heitor Marzagão Tomassini, integrante do Conselho Gestor da Operação Urbana Faria Lima e presidente do Movimento Defenda São Paulo.
Para técnicos da Prefeitura e dirigentes de imobiliárias, a construção de novos edifícios não significa, necessariamente, mais trânsito. "A região recebeu duas estações de Metrô (Pinheiros e Faria Lima), o que reduz o trânsito. Além disso, acho que a área, que até agora foi ocupada por prédios comerciais, vai receber mais empreendimentos residenciais e as pessoas vão ficar perto do trabalho", avalia o diretor de legislação urbana do Sindicato da Habitação (Secovi), Eduardo Della Manna.
"A questão da mobilidade é constante, um problema difícil de se resolver. Tornar a cidade mais compacta, com emprego perto de residência, é positivo. Mas qualquer projeto de adensamento tem de ser acompanhado de um estudo consistente", argumenta o arquiteto Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie. A falta de um levantamento como esse é um dos questionamentos de Tomassini.
A Prefeitura, por sua vez, diz que não está criando um novo teto de verticalização, mas apenas possibilitando que se construa a quantidade de prédios prevista para a área desde 1995, quando a Operação Urbana Faria Lima foi lançada por Paulo Maluf. De um total de 1,3 milhão de m² que poderiam ser construídos no bairro, cerca de 890 mil m² foram utilizados. Para levantar seus edifícios, as imobiliárias precisam comprar títulos chamados de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac)."Mesmo que isso já estivesse previsto, acho importante fazer uma análise para saber o impacto que os novos prédios terão, principalmente no sistema viário", afirma o dirigente do Defenda São Paulo.
'Não dá para andar'. Quem trabalha na região, um dos maiores polos econômicos da cidade, tem opiniões divergentes. "O trânsito vai ficar ainda pior. Não é à toa que todo prédio tem heliponto. Não dá mais para andar aqui", diz o consultor financeiro Alécio Ramos de Souza, de 28 anos. Já a gerente executiva Clarissa Ferraz, de 32, acredita que novos edifícios podem deixar a paisagem mais agradável. "As pessoas acham solução para o trânsito: táxi, metrô, bicicleta. Mas acho que prédios são o que fazem daqui um lugar bonito."

TIAGO DANTAS
Publicado pelo Jornal da Tarde

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Preço de casa de alto padrão despenca

Medo da violência incentiva venda de imóveis de luxo em bairros nobres da capital paulista e ocasiona aumento da oferta no mercado

Casas relativamente novas de alto padrão em bairros nobres da capital estão perdendo valor. A última pesquisa mensal do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), referente a setembro, mostra que o metro quadrado das casas de luxo com até sete anos vendidas na zona A – que, segundo a instituição, compreende 20 distritos nobres, incluindo Vila Nova Conceição, Morumbi, Alto de Pinheiros e Jardim Anália Franco – custa aproximadamente um quarto do que um ano antes. De setembro de 2010 ao mesmo mês de 2011, o metro quadrado passou de R$ 9.642 para R$ 2.640.
“Na medida em que o interesse de compra diminui, o preço é o instrumento que se usa no mercado”, diz o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto.
No Morumbi, de acordo com o corretor de imóveis Roberto Simonsen, da imobiliária Maber, o metro quadrado de uma casa chega a R$ 2,5 mil, bem menos do que os cerca R$ 4,5 mil cobrados em condomínios verticais ou horizontais da região. “Há um problema de liquidez. Em vez de vender em um prazo médio de seis meses, pode demorar de três a cinco anos”, conta. Somente num trecho da Rua Adalivia de Toledo, no Real Parque, pelo menos seis imóveis estão disponíveis para venda.
Para a diretora comercial da imobiliária Lello, Roseli Hernandes, a violência explica a fuga dos moradores. “No Morumbi, as casas de alto padrão estão vivendo um drama. As pessoas não se sentem seguras e saem.” Neste ano, os roubos à residência tornaram-se problema frequente no bairro.
A delegada titular do Creci-SP no distrito da zona sul, Shirley Toledo de Oliveira Kanazawa, acredita que a desvalorização dos imóveis e o aumento da oferta para venda sejam provocados por diversos fatores e agravados pela onda de crimes.
“São casas com mais de 30 anos e pessoas que, com a idade, passaram a ganhar menos. Também há a dificuldade se obter funcionários para a manutenção dos imóveis”, explica.

Mais seguro. 
A queda de preços verificada no Morumbi não se repete, entretanto, em todas as regiões – mesmo as próximas. De acordo com Shirley, áreas como Jardim Guedala e Vitória Régia ainda atraem a classe A. “E tenho imóveis no Jardim Europa que custam R$ 10 mil por m².”
Em Perdizes, a procura é por casas de vilas, segundo o corretor Hermenegildo Vicente, há 15 anos no mercado.
“Com os preços exorbitantes, está difícil. Uma pessoa não consegue um imóvel desses por menos de R$ 800 mil.” O valor, de acordo com ele, é maior no Pacaembu, onde o metro quadrado custa em média R$ 5 mil.
Segundo o diretor local da Brasil Brokers, Marcelo Senna, os destinos de ex-moradores das casas são os empreendimentos verticais, menores e com reforço na segurança. “A migração é para apartamentos ou para casas em condomínios fechados”, diz.
Viana Neto acredita que os problemas de liquidez e evasão sejam passageiros: “Quando começa a haver ocorrência de assaltos, há dificuldade para a comercialização na região, mas não é irrevogável”. Sanados os problemas, o mercado consegue se recuperar, segundo ele: “Em seis meses, tudo volta ao normal”.
Para Roseli Hernandes, apenas um boato é capaz de interferir na procura de imóveis, e o problema da violência atinge todas as regiões da cidade. Se a intenção é a de evitar erros na aquisição de um imóvel, ela recomenda pesquisa: “Procure uma imobiliária local e se informe”, diz.

Gustavo Coltri
Publicado por O Estado de São Paulo

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Alta no preço dos imóveis desacelera em novembro

Levantamento da Fipe, com base em dados do site Zap Imóveis, mostra recuo nas sete regiões pesquisadas
A alta do preço dos imóveis perdeu fôlego em novembro e registrou a menor elevação nos últimos 15 meses, de acordo com pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) baseada em dados do site Zap Imóveis.
O levantamento divulgado nesta segunda-feira (5) mostra que o valor médio do metro quadrado nas sete regiões metropolitanas pesquisadas pela entidade subiu 1,4% em novembro, resultado inferior ao aumento de 1,6% de outubro e bem abaixo do pico de 2,7% registrado em abril.
A alta menor foi verificada em todas as sete regiões pesquisadas e é reflexo da desaceleração da economia brasileira e do maior cuidado dos consumidores, segundo avalia Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice Fipezap.
"O cenário de incerteza aumentou e as pessoas estão ficando mais cautelosas", diz Zylberstajn, citando como exemplo a queda no ritmo da criação de empregos e a pressão inflacionária sobre os salários. Ainda assim, afirma ele, a alta no preço dos imóveis é expressiva.
Entre os meses de janeiro e novembro o preço médio do metro quadrado subiu 25%, enquanto nos últimos 12 meses encerrados em novembro a elevação foi de 27,6%. O Distrito Federal continua com o metro quadrado mais caro do País (média de R$ 7,936), seguido por Rio (R$ 7,341), São Paulo (R$ 5,984), Belo Horizonte (R$ 4,584), Recife (R$ 4,559), Fortaleza (R$ 4,253) e Salvador (R$ 3,514).
Em São Paulo, a alta mensal de 1,7% foi a menor desde julho de 2010. A região do Ibirapuera e Vila Nova Conceição manteve o posto de mais cara, com o valor médio do metro quadrado de R$ 9,354. Em seguida aparecem Jardim Paulistano (R$ 9,182) e Chácara Itaim (R$ 8,031).
O Rio e o Recife tiveram as maiores altas nos últimos 12 meses, com acréscimo de 37% e 29%, respectivamente. Na capital fluminense, o valor médio do metro quadrado no Leblon, bairro mais caro da cidade, ultrapassou os R$ 17 mil pela primeira vez. Esse valor deixa para trás outros bairros nobres, como Ipanema (R$ 15 mil), e é 17 vezes maior que o bairro mais pobre, Coelho Neto, onde o preço do metro quadrado não chega a R$ 1 mil.
Para o ano que vem, a tendência de desaceleração no preço dos imóveis deve se manter durante o primeiro semestre, enquanto o cenário de incerteza persistir, afirma Zylberstajn.

Publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Clima de interior conquista jovens para casas de vila

Espaço para jardim e quintal, convivência com a vizinhança e maior segurança em relação às casas de rua levam pessoas jovens a se interessarem por casas de vila.
Por ter morado muito tempo em casa, a arquiteta Letícia Lemos, 32, quis morar em uma de vila quando foi comprar o primeiro imóvel. Escolheu um sobrado geminado de 80 m², em Pinheiros (zona oeste), onde mora com o marido, a filha de dois anos e um labrador.
“Morar em vila é ter vida em comunidade, mas você tem de abrir mão de parte de sua privacidade.”
A vantagem de morar em uma casa em área valorizada cobra seu preço: um sobrado ali chega a ser alugado por R$ 2.700 mensais.
Para a compra de uma casa de vila em Pinheiros, o preço do metro quadrado varia entre R$ 4.500 e R$ 6.000, segundo levantamento da imobiliária Casas de Vila.
O publicitário Felipe Vimi, 27, mora há um mês em um sobrado de 180 m² na Vila Olímpia (zona oeste), que aluga por R$ 4.000 mensais.
O corretor Cristiano Verardo, da Casas de Vila, lembra que esses imóveis oferecem o benefício de não ter condomínio. Em geral, os custos de conservação do espaço comum são baixos. Vimi, por exemplo, paga R$ 20 para o fundo de manutenção do portão eletrônico.
A maior concentração de vilas está na Mooca (zona leste) e na região que abrange Pinheiros e Vila Madalena.
Levantamento da imobiliária Casas de Vila indica que os preços mais altos estão nos Jardins (zona oeste) e vão de R$ 6.000 a R$ 9.000 o m².

Camila Rodrigues

Publicado por Folha Online

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Três aplicações financeiras ligadas a imóveis

Além da compra direta de imóveis, da aplicação em papéis de construtoras e do investimento em fundos de investimento imobiliários, o investidor brasileiro tem também outras três opções principais para aplicar no setor imobiliário. As emissões dos títulos imobiliários estão aumentando e trazem mais uma alternativa de investimento.
Para pessoas físicas, as opções são o CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), a LH (Letra Hipotecária), e a LCI (Letra de Crédito Imobiliário). Outro ativo menos popular para pessoas físicas (embora não seja restrito), é a CCI (Cédula de Crédito Imobiliário). Somando os quatro ativos, o estoque registrado na Cetip somava 106 bilhões de reais em outubro, um aumento de 43% ante o volume registrado no final de 2010, de 74 bilhões de reais. “As emissões estão muito associadas ao desempenho do mercado imobiliário, que gira em torno da economia. Ou seja, quando a economia vai bem, o mercado responde e as emissões aumentam”, explica Fabio Zenaro, gerente executivo de desenvolvimento de negócios da Cetip.
Os títulos estão caindo cada vez mais nas graças do investidor pessoa física, que pode aplicar diretamente (o que exige investimentos mínimos parrudos), ou por meio de fundos de investimento que dediquem parte de sua estratégia aos títulos. Como algumas operações não exigem identificação do comprador final, não é possível precisar o percentual exato de investidores que aplicam nos ativos. Porém, fazendo uma extensão das operações identificadas, Zenaro estima que 50 bilhões de reais do estoque total está nas mãos dos investidores pessoa física, ou 47,16% do total.
Assim como nos fundos imobiliários, a principal vantagem para o investidor pessoa física é que ele fica isento do pagamento de imposto de renda. A desvantagem, porém, é que mesmo nos produtos mais simplificados, a aplicação mínima para investir nos títulos imobiliários é mais alta que as cotas mais baratas de fundos imobiliários.  Conheça os títulos e suas principais diferenças:

CRI – Certificados de Recebíveis Imobiliários
Quando há uma concessão de crédito imobiliário, as companhias securitizadoras autorizadas transformam o crédito em um título, que pode ser lastreados em diferentes tipos de operação. “Um título pode ser de um imóvel já locado ou não. Dependendo da origem, também pode ser indexado ao IGP-M ou à Taxa Referencial), explica Romeu Pasquantonio, diretor de distribuição da Brazilian Finance & Real Estate (BFRE).
A grande variedade de lastro e indexadores é uma vantagem, pois deixa mais de uma opção à disposição do investidor. A opção, porém, não é acessível a um público muito grande. Sem o intermédio de um fundo de investimento, a aplicação mínima é de 300 mil reais.
Também é importante que o investidor entenda que esse título carrega o risco de crédito. Pasquantonio explica que as emissões têm avaliação de agências de rating e é importante que o investidor entenda essa análise antes de aplicar. De um estoque de 27 bilhões de reais em CRIs na Cetip, a estimativa é que 4 bilhões estejam nas mãos de investidores pessoa física.

LH – Letra Hipotecária
O título é lastreado em hipotecas. O prazo pode variar entre 180 dias e 60 meses e pode ser indexado ao IGP-M, IGP-DI, INPC e Taxa Referencial. Ainda há um estoque de cerca de 2 bilhões de reais em LH registrados na Cetip, basicamente nas mãos de investidores pessoa física. As aplicações mínimas também são de 300 mil reais.
O investimento na letra, porém, está caindo em desuso. Apesar de ainda disponível no mercado, as novas emissões estão diminuindo. Isso porque o lastro em hipoteca também é permitido pela regra que criou a LCI e, por isso, as emissões estão migrando de um ativo para outro.

LCI – Letra de Crédito Imobiliário
O ativo é o mais comum nas mãos de pessoa física. O estoque registrado na Cetip é de 44 bilhões de reais. O título é lastreado em crédito imobiliário, garantido por hipoteca ou por alienação fiduciária do imóvel. “O investimento é parecido com a aplicação em um CDB por ser emitido por instituições financeiras. O lastro no crédito imobiliário é a principal diferença”, explica Vitor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages. A empresa tem seus títulos vendidos em 16 instituições financeiras, com aplicações mínimas de 20 mil reais. No mercado, é possível encontrar opções a partir de 10 mil reais.
A remuneração também é parecida com a de um CDB e depende muito do prazo de vencimento do título. Em geral, a aplicação rende entre 85% e 95% do CDI. Em um CDB, respeitando algumas condições, é possível alcançar 100% do CDI. A diferença é que o investimento no título dos bancos não é isento de imposto de renda como é a LCI. Por isso, dependendo do título escolhido, a remuneração líquida pode superar o CDB.

Publicado por Exame.com

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Construtora é responsável por defeitos em imóvel por cinco anos

Empresa deve resolver problemas mesmo quando morador já está instalado

As construtoras são responsáveis por possíveis defeitos da obra de um imóvel por cinco anos. Nesse período, a empresa deve arcar com as despesas e realização de ajustes e reformas necessárias em caso de irregularidade.

O advogado especialista em direito imobiliário, Andre Renato Servidoni, orienta ao morador ter tudo documentado, sobretudo a compra.

“O ideal é comprar estipulando tudo em contrato, características do imóvel, condições de pagamento e adquirir o imóvel de empresas regulamentadas”, afirma.

No caso de reformas, o advogado orienta a fazer um recibo comprovando o pagamento ao profissional que fez o serviço. Este documento pode servir de base legal de prova para discutir qualquer problema em juízo.

Publicado por globo.com

sábado, 26 de novembro de 2011

Os caçadores de terrenos na capital

As aventuras dos corretores que procuram áreas para a construção de novos prédios em São Paulo

Com a explosão do setor imobiliário na cidade, a quantidade de novos apartamentos e residências surgidos por aqui aumentou 60% entre 2005 e 2007. Desde então, o negócio vem se mantendo sempre acima da marca de 30.000 lançamentos por ano. Em 2011, mesmo com o desaquecimento da economia, devem ser inauguradas por volta de 38.000 unidades, o que dá ao mercado um ritmo impressionante de quatro novos imóveis a cada hora. Mais espantoso que isso é como são encontradas áreas para erguer tantas obras numa metrópole já abarrotada de construções. Boa parte do milagre ocorre devido ao trabalho de um grupo de especialistas que ganha a vida caçando terrenos. Atuam na capital cerca de 200 perdigueiros, como a turma ficou conhecida no meio.

O apelido faz todo o sentido. Os profissionais de faro apurado e disposição quase inabalável vivem em busca de oportunidades em áreas desocupadas e, não raro, demonstram o dom de criar espaços. Enquanto a maioria das pessoas passa por um quarteirão e só vê um punhado de sobrados antigos, por exemplo, eles enxergam a chance de ouro para botar tudo aquilo abaixo e dar lugar a um moderno condomínio. “Sem esse trabalho quase anônimo, muitos projetos não sairiam do papel”, afirma Roberto Coelho da Fonseca, diretor-geral de vendas da imobiliária Coelho da Fonseca. Há seis meses, a empresa criou um departamento exclusivo para abrigar nove especialistas em garimpar áreas para futuros empreendimentos.

Um perdigueiro típico atua praticamente em tempo integral e não desliga a antena nem nos momentos de folga. A maioria trabalha por conta própria, no esquema freelancer. O restante faz parte do quadro de imobiliárias e empreiteiras. “Prefiro ser chamado de chato a perder uma oportunidade”, diz o empresário Alexandre Lafer Frankel, sócio da incorporadora Vitacon, no Jardim Paulistano, e caçador de muitas das áreas que transforma em empreendimentos. Certa vez, ele saiu no meio de um almoço de Dia das Mães para ver um terreno que um dos presentes comentou ter vontade de vender. Dias depois, o martelo acabou batido por cerca de 7 milhões de reais para a venda do imóvel em questão, uma área de 1.200 metros quadrados no Morumbi. “Precisamos estar sempre alertas”, explica ele, que divide o escritório com seus irmãos André e Ariel Frankel.

Numa viagem de avião recente para Nova York, André e Ariel sentaram-se ao lado de um empresário e puxaram conversa oferecendo uma barra de chocolate. No meio do papo, o desconhecido contou que desejava negociar um terreno entre as avenidas Paulista e Faria Lima. “Nossos olhos brilharam”, conta Ariel. Logo eles fecharam o acordo e passaram a área para a frente.

Esse ofício exige visão de gavião e paciência de monge tibetano. Os maiores contratos raramente são concluídos antes de seis meses. Alguns deles podem se arrastar por mais de dois anos, dependendo da complexidade do caso e dos valores envolvidos. Em 2001, um grande rolo apareceu na frente do corretor Miro Lisoni. O episódio envolvia a venda simultânea de 25 casas numa área do bairro de Pinheiros para uma empresa que queria o terreno dos imóveis para construir um prédio comercial. Após muita negociação, finalmente chegaram a um consenso e marcaram a data para a assinatura do contrato com todo o grupo. “Na última hora, uma pessoa rompeu o acordo e pediu mais que o combinado”, lembra Lisoni, que começou a ter pesadelos vendo escorrer pelas mãos uma comissão de cerca de 450.000 reais. Dois dias depois, com os ânimos devidamente acalmados, a turma se reuniu novamente e o compromisso foi selado.

Sufoco parecido ocorreu com Piero Sevilla, sócio da Adoke, companhia especializada nesse mercado. Em setembro, ele precisou conversar com 108 pessoas para arrematar doze casas no bairro de Santana. No grupo, nada menos que 26 nomes eram da mesma família. “Havia irmãos brigados que não quiseram ficar na mesma sala nem para assinar os papéis”, recorda.

Os alvos mais cobiçados são locais com mais de 2.000 metros quadrados, tamanho mínimo exigido pelas construtoras para erguer um prédio. O custo de uma área dessas, dependendo da localização, pode ficar em torno de 10 milhões de reais, e o vendedor recebe uma comissão de 3% a 5%, ou seja, entra no seu bolso algo entre 300.000 e 500.000 reais. A bolada faz valer a pena todo o esforço gasto na longa operação de convencimento dos proprietários. “Atuar nesse ramo está cada vez mais complexo, pois tudo o que era fácil já foi comercializado”, lamenta o corretor Christian Jacques Magalhães.

Em 2004, ele largou uma carreira no mercado financeiro e virou caçador. Um dos episódios mais frustrantes do novo trabalho ocorreu quando estava fechando o negócio de um terreno no centro. “Na fase final das tratativas, descobrimos indícios de um lençol freático no lugar”, conta. Foram necessários sete meses até um laudo constatar que o depósito estava seco e não comprometia o espaço, tempo suficiente para os investidores desistirem da compra. “Minha rotina ficou ainda mais estressante”, diz Magalhães.

Apesar das dificuldades, nada parece impossível para esses Sherlocks paulistanos. Exemplo disso foi a saga enfrentada pelo especialista Renato Siqueira, que atuava no escritório de arquitetura Ricardo Julião quando recebeu, em setembro do ano passado, a incumbência de resolver um problema difícil: um cliente queria erguer um shopping popular na Avenida Paulista, numa propriedade entre a Alameda Ministro Rocha Azevedo e a Rua Padre João Manuel. Seria perfeito, não fosse o fato de o terreno em questão pertencer a uma ordem de freiras.

No local, havia apenas uma residência, que servira de escritório até poucos meses antes. Apesar do estado de abandono, nada poderia ser feito ali sem o aval de curadores de fundações religiosas, num processo que corria o risco de se estender por anos. “Para agilizar o acerto, combinamos alugar a área por uma década”, relata Siqueira. Resolvido o imbróglio, as obras do novo centro de compras começaram quase imediatamente e a previsão é que ele seja inaugurado em 2012. Em outra ocasião, o perdigueiro freelancer Sílvio Galvão Pereira viajou diversas vezes a Itanhaém, no Litoral Sul, para ajudar uma proprietária a conseguir o divórcio e assim dar continuidade à venda de sua casa na capital. “Felizmente, deu certo”, diz ele. “O problema é gastar saliva e sola de sapato e ficar sem um tostão.”

Enquanto vivem procurando tesouros escondidos por aí, os especialistas sonham com as pérolas mais cobiçadas da cidade — no caso, espaços enormes e com ótima localização, cujos proprietários resistem há anos a uma saraivada de ofertas. Fazem parte da lista propriedades como a área de 24.000 metros quadrados na esquina das ruas Augusta e Caio Prado, no centro. Entre 1907 e 1967, funcionou ali o Colégio Des Oiseaux, tradicional escola de ensino exclusiva para mulheres. Segundo estimativas do mercado, os dois lotes que compõem a propriedade valem hoje 84 milhões de reais.

A exemplo das ações da bolsa de valores, as cotações são voláteis e podem mudar de uma hora para outra. Desprezadas durante um longo período, as áreas vizinhas à Marginal Pinheiros tiveram seu valor elevado nos últimos anos. O engenheiro Walter Torre Junior, proprietário da construtora WTorre, comprou em 2006 aquele que era considerado um dos maiores micos da cidade, o terreno onde estava o esqueleto da Eletropaulo, quase na esquina da via expressa com a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek Gastou, na ocasião, 400 milhões de reais. Completada a construção, vendeu-a dois anos depois ao Santander por 1 bilhão de reais. O banco fez dela a sua nova sede. “Namorei o endereço por anos, pois sabia que ali havia uma oportunidade”, revela o empresário, que ergueu ao lado outra torre de escritórios e o futuro shopping JK Iguatemi. “Ninguém acreditava na minha aposta.”

Na rotina dos caçadores, a descoberta de uma pepita no mar imobiliário da cidade, muitas vezes, é o primeiro capítulo de uma novela. Grande parte da energia dos profissionais acaba sendo direcionada para os passos seguintes do processo, que envolvem o convencimento do proprietário sobre a conveniência da venda. O executivo Otávio Zarvos, da incorporadora Idea!Zarvos, perdeu a conta dos cafés que tomou com a dona de uma casa que ficava bem no meio de um terreno onde pretendia construir, na Vila Madalena. “Ela pedia um valor altíssimo, pois achava que não tínhamos alternativa”, afirma Zarvos. Quando viu que o empreendimento sairia de qualquer maneira, a proprietária resolveu aceitar a oferta inicial. Tarde demais. A casa continua no mesmo lugar e atualmente está cercada por todos os lados pelo edifício da Zarvos. “Espero até três meses para a pessoa se decidir. Passado esse período, começamos a desenvolver o projeto”, diz o empresário.

À frente do departamento da Coelho da Fonseca criado para buscar terrenos, a corretora Elizabeth Pascotto já encaminhou 25 áreas a construtoras e aprendeu a lidar com ânimos acirrados. “O primeiro passo é mostrar respeito pelo lugar onde a pessoa mora e, em seguida, aguçar seu desejo de mudar”, conta. Foi assim que convenceu a dona de casa Francisca da Conceição a vender recentemente sua residência no Brooklin. Arredia no primeiro contato, ela foi cedendo até chegar a um entendimento. O dinheiro da venda serviu para comprar um caminhão para o marido, que trabalha como motorista, e procurar um imóvel melhor para a família. Na Vila Mariana, uma negociação da Lindencorp quase emperrou por causa de um inquilino, o Abrigo Vovó Ilza, responsável por mães adolescentes. Sem poder ir para outro bairro, o que prejudicaria o trabalho da entidade, a ONG recorreu à incorporadora para achar uma nova sede. Deu certo: está de malas prontas e se mudará neste mês para alguns quarteirões adiante.

Publicado por Veja São Paulo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Interesse por imóvel cresce em todos os segmentos de renda

Metade do contingente de famílias que quer comprar imóvel tem intenção de investir para renda futura, detecta pesquisa tabulada pelo Centro Técnico Datastore e apresentada no Brazil GRI 2011

Atualmente, em qualquer nível de renda, aproximadamente 30% dos consumidores pensam em comprar um imóvel, índice que sobe para 50% entre aqueles que ocupam faixas de renda mais baixas. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, pela alta oferta, estão enquadradas no primeiro caso.
No entanto, na região Nordeste, em localidades como Fortaleza, Natal ou Recife, aumenta a parcela de consumidores com necessidade de adquirir o imóvel próprio, constata a pesquisa Acervo Datastore 2009-2011 tabulada pelo Centro Técnico Datastore, com sede em Campinas, a cerca de 100 quilômetros de São Paulo.
“Vemos um novo investidor nascer no país. Ele pertence à família com imóvel próprio, renda baixa, média ou alta e que quer comprar apenas mais um novo imóvel para renda futura (venda ou locação). Este volume é grande, em algumas cidades chega próximo à metade do contingente da famílias que quer comprar imóvel em 24 meses”, declara Marcus Araújo, presidente do Datastore, instituição que desenvolve pesquisa com soluções para os problemas de incorporação encomendada por um total de cem construtoras e incorporadoras de todo o país.
Araújo apresentou o trabalho durante o Brazil GRI 2011 (Global Real Estate Institute), que reuniu entre os dias 8 e 9 de novembro, em São Paulo, os profissionais do mercado imobiliário para debater estratégias de investimentos imobiliários no Brasil.
Segundo o presidente do Datastore, “o Nordeste e Centro- Oeste são mercados mais aquecidos que o Sul. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, do total de entrevistados, entre 32 % e 34 % demonstram intenção em adquirir imóvel em 24 meses”, ressalta
Entre as faixas de renda A e B, conforme a pesquisa apresentada por Marcus Araújo, há duas grandes vertentes, uma na qual pelo menos metade já tem imóvel mas ainda assim deseja adquirir um segundo, neste caso de melhor padrão. “A tipologia do quatro quartos só tem massa crítica em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em cidades como Florianópolis, Natal, Fortaleza, as pessoas preferem três dormitórios com uma terceira sala, varanda gourmet para receber os amigos e também porque a família diminuiu”, diz ele.
Na classe C, que é emergente e que surgiu nos ultimos dez anos, não há desejo, há necessidade. Por isso geralmente as vendas para essa faixa de renda acontecem com grande velocidade e isso por causa de dois grandes fatores: o subsídio do governo, do programa Minha Casa, Minha Vida, e a necessidade de se criar um produto para essa faixa. “É o sonho da casa própria se tornando realidade, uma coisa palpável, porque tem opções e, com a economia estável, é possível programar a compra em até 300 meses”.
No município de Imperatriz, no Maranhão, a pressão da demanda de 48% é quase o dobro do que em São Paulo. No Nordeste brasileiro aumenta assim como no sul enquanto Rio e são Paulo se mantém estável, incluindo o rico interior paulista. No Norte, Nordeste e Sul, a renda cai. “Nessas regiões a demanda existe, assim como as oportunidades, e as pessoas absorvem rapidamente as unidades disponíveis”, atesta o consultor
Quanto menor o poder de compra, maior é a pressão da demanda. Entre São Paulo e Rio de Janeiro e o restante do país ainda é possível identificar oportunidades de negócios, principalmente no Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, e alguns estados do Nordeste como Ceará, Pernambuco e Salvador.
“Cidades de 250 mil a 300 mil habitantes são grandes oportunidades para loteadores. Isso vale de Arapiraca, em Alagoas, e Dourados, no Mato Grosso do Sul, a Piracicaba, em São Paulo”, explica.
A Datastore atende construtoras, loteadores e incorporadores de todo o Brasil com suas pesquisas de mercado. O foco são pesquisas com entrevistas pessoais/presenciais com consumidores com renda e com interesse em adquirir produtos imobiliários.
Nos últimos 24 meses realizou estudos com aproximadamente 56 mil entrevistas de campo executadas sobre demanda imobiliária, a pedido dos vários clientes em todo o país. Observou-se que existe uma intenção média de adquirir imóveis em torno dos 33% das populações das classes A, B e C+ com renda superior a R$ 2,5 mil e de R$ 3 mil em diante.

Escolha do imóvel para moradia
“Este Acervo Datastore, de 2009-2011, nos diz que a vontade de adquirir imóveis por todo o Brasil é muito grande e consolidada, mesmo com toda a oferta realizada nos últimos anos”, enfatiza Araujo.
O perfil do morador identifica famílias que querem comprar imóvel para morar, e que procura principalmente segurança, comodidade (comércios e serviços próximos de onde vai morar) e área verde, ou seja, regiões no entorno das cidades contendo natureza, ou projeto paisagístico de qualidade se o empreendimento estiver numa área verticalizada.
Na média geral, o interesse do comprador recai sobre os imóveis com no mínimo uma suite (ou mais suites para as rendas mais altas); lavabo; uma sala de TV além das salas de estar e jantar; varanda gourmet, que serve para eventos dentro de casa, sem usar o salão de festas, que se destina a ocasiões com mais gente, integrada com a cozinha por uma porta de acesso.
Na parte externa, foi-se o tempo dos tradicionais clubes sociais externos, trocados agora pelos condomínio. As famílias querem piscina com raia que está na moda; área para passear com cães, e área verde com praça, bosque ou minibosque.

Publicado por Brasil Econômico

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

SP: mesmo com preço em alta, venda de imóvel usado sobe 1,91% em setembro

Os imóveis usados ficaram 6,6% mais caros em setembro, na comparação com agosto. Mesmo assim, de acordo com pesquisa divulgada pelo Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) nesta terça-feira (22), o índice de vendas, que estava em 0,5388 em agosto, subiu 1,91%, para 0,5491 em setembro.

"Nesse período final de ano, a expectativa é que as famílias destinem ganhos adicionais com 13º salários, férias e abonos para a compra da casa própria, ou para mudar de endereço por meio do aluguel, o que deverá impulsionar o crescimento dos dois mercados", afirma o presidente do Creci-SP, José Augusto Neto.

Os imóveis usados com valor superior a R$ 200 mil continuaram sendo os preferidos dos paulistanos no mês retrasado, com participação de 57,08% das vendas.

Quando analisadas as regiões de São Paulo, o maior percentual de vendas foi registrado na zona B (Aclimação, Alto da Lapa, Sumaré, Granja Viana, Jardim Marajoara), com 23,97% do total. Em seguida, está a zona C (Butantã, Cambuci, Ipiranga/Museu, Jabaquara, Santo Amaro), que participou com 23,55% das vendas.

Na sequência aparece a zona D, que inclui bairros como Bela Vista, Jaçanã e Vila Alpina, que participou com 20,25%, e a zona E (Campo Limpo, Itaquera, São Miguel Paulista, Pedreira), com 18,6% das vendas. Por fim, vem a zona A (Brooklin - velho, Campo Belo, Pacaembu, Perdizes, Cidade Jardim), com 13,64%.

Vendas

A maioria das vendas se deu com financiamento - 53,72% do total. As vendas à vista totalizaram 42,56%, enquanto que o pagamento parcelado pelos proprietários responderam por 2,48%, e os consórcios tiveram representação de 1,24%.

Publicado por InfoMoney

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Acordo sobre atraso na entrega de obras não beneficia comprador, avaliam consultores

O termo firmado entre o Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) e o Ministério Público recentemente não beneficia compradores que não recebem o seu imóvel na data combinada. A avaliação é de especialistas em mercado imobiliário consultados pela Folha.
“E, se eles não entrarem na Justiça, terão prejuízo a cada mês”, diz o gerente de repasse imobiliário da consultoria Creditaria, Maximiliano Bittencourt.
Firmado no mês passado, o Termo de Ajustamento de Conduta foi feito após os seguidos atrasos de incorporadoras pelo país. Nele, o Secovi-SP se compromete a orientar as empresas a incluir em seus contratos cláusulas que aumentem a transparência e indenizem os compradores em caso de atraso na entrega das obras.
Previstas para entrar em vigor no início de 2012, as medidas são criticadas pelo presidente da Associação dos Mutuários do Estado de São Paulo, Marco Aurélio Luz.
“Para conseguir uma indenização justa, as pessoas precisarão continuar entrando na Justiça”, afirma.
Isso porque a indenização prevista no acordo não condiz com os valores que os proprietários recebem quando costumam recorrer à Justiça. Nela, os construtores que atrasarem o cronograma de obras e aceitarem as recomendações do Secovi pagarão 2% do valor até então pago pelo consumidor. Além disso, receberão mensalmente cifras referentes a 0,5% do saldo quitado.
O problema, diz Bittencourt, é que o saldo devedor continuará sendo corrigido. “Nos financiamentos, geralmente as pessoas começam a pagar quantias consideráveis apenas depois que o imóvel foi entregue. Como o valor mensal é sobre o que foi pago, a pessoa fica sem o imóvel e, enquanto isso, não consegue pagar um aluguel “, afirma.
“Consideremos uma pessoa que começa a financiar um imóvel de R$ 400 mil e que até o dia previsto para a entrega do imóvel, tenha pago 20% (R$ 80 mil), exemplifica Bittencourt.
Pelo acordo, o consumidor receberia no primeiro mês uma a multa é de 2% sobre o que foi pago (R$ 1.600) mais uma correção mensal de 0,5% (R$ 400). A partir do segundo, ela passaria a receber R$ 400 por mês.
O problema fica no saldo devedor, diz Bittencourt. Dos R$ 400 mil, foram pagos R$ 80 mil –ainda faltam R$ 320 mil. Neste caso, a correção monetária–que costuma ser de 0,8% ao mês sobre o saldo devedor– é de R$ 2.560. Ou seja, a cada mês, o consumidor ganharia R$ 400, mas perderia R$ 2.560, tendo assim uma despesa de mais de R$ 2.000.

OUTRO LADO

Para o presidente do Secovi-SP, João Crestana, as condições do termo são corretas, pois acabam indenizando mais quem investiu mais no imóvel e, por consequência, correu riscos maiores. “Logicamente, aquele que colocou mais [dinheiro] vai receber uma compensação muito maior num eventual atraso”, argumenta.
Além disso, ele lembra que o termo não tem força de lei, e o sindicato não pode obrigar os sindicatos a seguir as orientações.
“É apenas um padrão de conduta, e hoje nem isso tem. Agora, as ações partem de uma discussão pública prévia”, afirma.
“Existem empresas que fazem e farão mais do que isso, e outras que farão menos”. As pessoas poderão pesquisar as empresas e, aquelas que tiverem problemas e se sentirem lesadas, devem sempre continuar buscando a Justiça, defende Crestana.

Publicado por Folha de São Paulo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

“Sala e quarto” ganha modernidade e conquista jovens

O aumento das vendas de imóveis de um dormitório decorre, em grande parte, do “bônus demográfico” brasileiro, situação em que o número de pessoas ativas entre 20 e 50 anos supera a soma de crianças e aposentados.
Esta mudança aliada à mobilização econômica de 40 milhões de cidadãos registrada nos últimos anos e às melhorias das condições de crédito permitiu a geração de uma demanda imobiliária até então inédita.
Esses consumidores “antenados“ e contestadores analisam os investimentos, comparam preços e usam as redes sociais para trocar informações. Priorizam a individualidade e têm visão urbanística particular.
Solteiros ou casais sem filhos devotam-se à carreira e à formação profissional. O interesse imobiliário desses jovens vai de estúdios compactos e sem divisórias, com 35 metros quadrados e sem vaga de garagem, perpassam os “sala e quarto” e se alçam aos sofisticados lofts de 100 metros quadrados e duas vagas.
Uns exigem preços acessíveis e dispensam equipamentos comunitários, fator preponderante para a redução da taxa condominial. Outros procuram condomínios adjacentes ao metrô e a corredores de ônibus, e valorizam funcionalidades como lavanderia coletiva.
Arquitetura moderna, espaços abertos, raia de natação, espaço gourmet são desejos refinados desse público, que considera essencial a proximidade do imóvel com o local de trabalho, universidades, cinemas, bares, restaurantes e baladas. Preço não é o fator decisivo para a compra do imóvel.
Nas regiões periféricas da cidade de São Paulo há procura por unidades menores e disponíveis por aproximadamente R$ 100 mil. Em regiões mais centrais, há aquelas disponíveis por R$ 250 mil e dependendo da localização e dos atributos, encontram-se as que ultrapassam R$ 1 milhão.
Sucesso nas décadas de 1960 e 1970, a locação de quitinetes complementava a aposentadoria de seus proprietários. Porém, o protecionismo danoso da lei do inquilinato vigente à época permitiu que inquilinos de má-fé deixassem de pagar o aluguel, danificando imóveis e se recusando a sair. Com isso, essas unidades perderam reputação.
Agora, imóveis de um dormitório recuperam importância e incentivam a volta da locação como investimento. As modernidades legais e a demanda permitem este progresso.

João Crestana é presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e da Comissão Nacional da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CII/CBIC)
Texto gentilmente cedido por PortalVGV

domingo, 20 de novembro de 2011

Caixa cria garantia para proteger comprador que financia casa direto com construtora

A Caixa Seguros acaba de lançar uma modalidade indicada para quem compra imóvel financiado diretamente pela construtora ou pelo sistema de obra por administração, a preço de custo. O seguro prestamista Dívida Zero protege o dono do imóvel e as construtoras, em caso de morte e invalidez permanente total por acidente.
A modalidade prevê que, se ocorrer qualquer um dos imprevistos cobertos pelo seguro, a seguradora quita o saldo devedor do financiamento. E deixa a família do segurado livre de dívidas.
O novo modelo beneficia também as construtoras, que terão a certeza de que o orçamento da obra não vai ser prejudicado em virtude de algum imprevisto. Em geral, o prazo de pagamento pode chegar a 84 meses.
Segundo a Caixa Seguros, o capital segurado é calculado pelo preço do imóvel e o prazo do financiamento estabelecido pela construtora, seguindo o perfil do cliente. Para uma cobertura de, por exemplo, R$ 150 mil, a parcela do seguro será de R$82. A despesa pode ser cobrada no mesmo boleto do financiamento. O reajuste da proteção é calculado mensalmente, aplicando uma taxa sobre o saldo devedor. Dessa forma, há tendência de redução gradual com o tempo.
De acordo com o diretor da Martinelli Imóveis, André Moreira, o modelo vai agregar valor na hora da negociação. “O seguro da Caixa será bem-vindo”, afirma.
Moreira cita a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes, onde muitos compradores financiam com a construtoras, como potenciais beneficiados. “Todos os envolvidos na operação ficam protegidos”, afirma o diretor.
Ele prevê que o seguro vai impulsionar também lançamentos pelo sistema de obra por administração. Nesse modelo, não há a figura do incorporador, o que contribui para reduzir o preço final de cada unidade. Também não há saldo devedor, pois, quando o comprador recebe as chaves, o imóvel já estará quitado.
Seguro para operário da construção
Os trabalhadores da construção civil podem contar com seguro de vida exclusivo. A Caixa Seguros lançou o Vida Construção, seguro com coberturas específica para empregados de construtoras e empreiteiras.
Rosana Techima, diretora da Caixa, diz que a empresa já tinha grande variedade de seguros de vida, mas sentiu necessidade de um específico para os trabalhadores desse setor.
Além da cobertura de morte, o produto oferece garantias adicionais como invalidez permanente por acidente, serviço de assistência funeral e cobertura para morte de cônjuges ou filhos dos trabalhadores.
A contratação do seguro é feita pela empresa. De acordo com uma simulação da Caixa, para uma indenização de R$ 35 mil, em caso de morte de qualquer causa, para 60 empregados, a despesa é de R$ 675,33 por mês.

CRISTIANE CAMPOS

Publicado por O Dia
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sábado, 19 de novembro de 2011

Imobiliária não pode cobrar corretagem do comprador

TAC prevê que valor da corretagem, que pode chegar a 6% do valor do imóvel, seja pago pela construtora São Paulo - Ministério Público do Estado de São Paulo firmou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a intermediadora de vendas Abyara Brokers, no qual a empresa deve cobrar as despesas de corretagem diretamente da construtora que está vendendo o imóvel, proibindo que essa cobrança seja feita diretamente do cliente. O acordo prevê que a construtora deve colocar nas propostas de compra e venda dos imóveis a informação de que a responsabilidade pelo pagamento da comissão de corretagem não é do consumidor. De acordo com Marcelo Tapai, especialista em Direito Imobiliário e sócio do escritório Tapai Advogados, essa cobrança sempre foi indevida e o consumidor não deve pagar por esse custo arbitrário. Muitos consumidores, empolgados com a aquisição da tão sonhada casa própria, acabam não se atentando com esta cobrança cujos valores costumam ser significativos. “Os valores podem chegar a representar 6% do valor do imóvel. Assim, se o preço de compra do imóvel é da ordem de R$ 300 mil, as taxas de corretagem seriam no importe de R$ 18 mil”, afirma Tapai. O Código de Defesa do Consumidor garante ao consumidor prejudicado a restituição dos valores pagos e que foram cobrados indevidamente, porém o consumidor precisa ingressar com uma ação para reaver o dinheiro. Atualmente diversas decisões judiciais vêm condenando as empresas, tanto construtoras quanto intermediadoras, a restituir os valores cobrados ilegalmente dos consumidores que se sentem lesados e o TAC tende a ser um forte aliado nessas decisões. A empresa tem 60 dias para se adaptar e, caso descumpra o termo, está sujeita a multa de R$ 30 mil por consumidor. O Ministério Público também tentou firmar o mesmo acordo com a construtora MRV, que se negou a assinar a proposta e por isso os promotores ingressaram com uma ação civil pública para proibir a empresa de realizar a cobrança. A juíza Daise Fajardo Nogueira Jacot, da 15ª Vara Cível de São Paulo, decidiu pela ilegalidade da cobrança da taxa diretamente dos consumidores, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de desrespeito da decisão. Outras empresas do setor imobiliário estão sendo procuradas pelo Ministério Público para firmarem acordo no mesmo sentido e também poderão ser processadas, caso não aceitem a orientação.

Publicado por Exame.com

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Locação comercial de imóveis cresce 12% em SP

44% dos novos aluguéis fechados neste ano foram relativos a conjuntos e salas comerciais, aponta levantamento da Lello; rentabilidade chega a 1% do valor do imóvel
O número de novos contratos de locação de imóveis comerciais na cidade de São Paulo cresceu 12% entre janeiro e outubro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010. É o que aponta levantamento da Lello, empresa líder em administração imobiliária no Estado.
Segundo a administradora, a rentabilidade dos aluguéis comerciais para os proprietários varia de 0,7% a 1% do valor do imóvel, dependendo de sua localização, estado de conservação e relação entre oferta e procura, entre outros fatores.
Das novas unidades comerciais alugadas na capital paulista este ano, 44% foram salas e conjuntos comerciais destinadas, na sua maioria, à instalação de consultórios médicos e odontológicos e escritórios de representação, advocacia e contabilidade.
Outros 21% foram casas comerciais para escritórios, clínicas de estética e cabeleireiros, e 18% se referiram a salões comerciais para diversas atividades, principalmente abertura de novas lanchonetes e bares. Ainda entre os imóveis comerciais locados, 10% foram de lojas de rua, com destaque para comércio de roupas e calçados, e 7% de galpões, destinados a indústria e comércio, a maioria na área de armazenagem e logística.
“Um terço de nossas locações são para fins comerciais, e este crescimento indica que o mercado continua bastante movimentado, representando uma ótima oportunidade de investimento para quem deseja complementar seus rendimentos com o aluguel”, diz Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis.
Ela dá algumas dicas para quem deseja investir na compra imóveis para locação comercial:
- Ter um imóvel regularizado, com habite-se e planta aprovada.
- A unidade deve ser compatível com o ramo de atividade.
- É importante analisar a vocação do imóvel.
- Procurar assessoria especializada, que terá condições de avaliar a vocação e o potencial de rentabilidade do negócio.
- É necessário avaliar a região e o bairro, seu zoneamento (se é possível alugar para fins comerciais), segurança, acessos, opções de transporte público e disponibilidade de serviços no entorno.

Texto gentilmente cedido por PortaVGV.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Tapumes de obra viram galerias urbanas de arte e poderosas ferramentas de marketing imobiliário

Tapumes de obra viram galerias de arte urbana e poderosas ferramentas de marketing

Para que serve um tapume em uma obra? Cercar o terreno? Proteger a construção que está sendo erguida ali? Sim, serve para tudo isso, mas também para muito mais. As construtoras e incorporadoras brasileiras estão transformando estes muros temporários em poderosas ferramentas de marketing.
Outrora pixados e mal conservados, atualmente os tapumes estão abrigando até galerias de arte urbanas. Para evitar o vandalismo, muitas construtoras estão convidando artistas locais para exporem nestes espaços a sua arte.
A EBM Incorporações criou o projeto Arte de Obra, que transforma tapumes brancos em telas prontas para receber obras de arte. O objetivo é criar uma galeria a céu aberto, oferecendo acesso gratuito à obras de artistas de renome, estimulando a cultura e a criatividade dos moradores de Goiânia, levando mais beleza e colorido para as ruas, além de incentivar e gerar oportunidades para os artistas na divulgação de seus trabalhos.
Em Curitiba-PR, o bairro Rebouças ganhou uma exposição de arte a céu aberto, graças a uma ação assinada pelo Grupo Thá, com o nome de ‘Pintando o 7th no Rebouças’. Sete artistas que participam do coletivo de arte e design Mucha Tinta foram convidados para colorir o tapume com extensão de 230m do futuro lançamento da Thá, o multifuncional 7th Avenue Live & Work, vizinho da Ponte Preta e do futuro campus da Universidade Federal do Paraná.
A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) e a Cyrela Commercial Properties (CCP), em parceria com a Associação Paulista Viva, presentaram a Avenida Paulista, via mais famosa da cidade de São Paulo-SP, com tapumes artísticos colocados no empreendimento das incorporadoras, localizado na esquina com a Rua Pamplona. Os retratos são produzidos por integrantes da ONG Revolucionarte, que capacita jovens de comunidades carentes por meio de cursos profissionalizantes de pintura artística em murais. Por meio da técnica de aerografia, que utiliza compressores de ar, as pinturas no tapume prometem resgatar a história de uma das regiões mais importantes de São Paulo, com uma linguagem dinâmica, harmonizando o ambiente e interagindo com o público.
Já a incorporadora Smart! foi além e inovou em Porto Alegre-RS trazendo o primeiro “tapume 3D” do mundo. A charmosa rua Amélia Teles, no bairro Petrópolis, foi o endereço escolhido para a ação. Lá a tecnologia 3D pode ser conferida pelos moradores da cidade. Quem visitasse o número 315 veria um tapume com uma imagem 3D em tamanho real do living de um dos apartamentos. Usando óculos vermelho/azul, distribuídos gratuitamente no local, o visitante teve a sensação de profundidade, como se estivesse dentro da residência.
Uma das pioneiras em utilizar a arte em tapumes foi a Goldsztein Cyrela. Com o objetivo de estimular a cultura e a criatividade, ao pintar os tapumes que cercam o terreno da obra, a empresa deixou um espaço em branco com a indicação de ‘reservado para a grafitagem’. Artistas anônimso deixaram sua marca no local através de coloridos desenhos feitos com spray.
Todas estas ações provam que é possível inovar, mesmo em mercados tradicionais como o da construção civil. Basta ter criatividade e, principalmente, vontade.

Texto e imagem gentilmente cedido por PortalVGV.
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

LUCRO IMOBILIÁRIO E IMPOSTO DE RENDA

Todo o ano quando começa o Imposto de Renda é uma enxurrada de perguntas na internet sobre a venda de imóveis e o imposto de renda. A tributação de vendas de imóveis foi instituída em 1946 e extinta em 1966. Em 1974 voltou a ser tributado em situações especiais. Hoje a Lei estipula tributação de 15% sobre o ganho de capital na compra e venda de imóveis com isenção em alguns casos. Incide sobre a venda de imóveis tributação de 15% sobre o lucro imobiliário que deve ser pago até o último dia útil do mês seguinte ao da venda do imóvel. Se você comprou um imóvel em Novembro de 2011 não importando o dia você terá até o dia 31 de Dezembro de 2011 para recolher o imposto.
Conceitua-se Lucro Imobiliário a diferença entre o valor que você pagou pelo seu imóvel e o valor que você está vendendo ele ou seja o valor que você declarou na sua última declaração de renda é o valor do imóvel para efeito de calculo do lucro imobiliário. Assim se você declarou nos últimos impostos de renda que o imóvel foi adquirido por 300 mil reais e o vendeu este ano por 550 mil reais haverá lucro imobiliário sobre 250 mil reais, salvo as situações de isenção citadas mais adiante. Cabe reforçar que a Receita Federal não permite atualisações do preço dos imóveis devendo sempre ser declarado o que você pagou quando o adquiriu. O lucro pode ser isento ou ser diminuído por fatores de redução definidos pela Receita. Quanto a isenção, estarão isentos de pagamento de imposto: na venda de um único imóvel até R$440.000,00 desde que o contribuinte não tenha feito outra venda de imóvel nos últimos 05 anos. Significa que se você tem um imóvel somente e até 05 anos atrás não vendeu nenhum outro em seu nome e este atual vale até 440 mil reais, você pode vende-lo sem precisar recolher imposto sobre o lucro imobiliário; Na venda de imóvel por até R$ 35 mil (considerado pequeno valor) - o limite é mensal e vale para a soma obtida com a venda de um ou mais imóveis. Neste caso você também estará isento pois considera-se imóvel de valor muito baixo. digamos que você tenha 03 imóveis que valem 15 mil reais cada e você vende os 03 no mesmo mês. Estará isento por ficar dentro da cota de 35 mil reais que é valida mensalmente. Se você vender um imóvel por mês de 35 mil reais totalizará no final do ano menos de 440 mil reais. Está isento. Na venda de imóvel adquirido até 1969 - nesse caso, há redução de 100% do lucro. Qualquer imóvel adquirido antes de 1969 não paga imposto. Na venda de um imóvel quando o valor recebido for usado integralmente na compra de outro no prazo máximo de 180 dias. Neste caso você vende o imóvel e a partir da data da venda passa a contar os 180 dias para que você use todo o valor do dinheiro para a compra de outro imóvel. a lei permite que você use todo o valor para comprar mais de um ou seja você pode vender um e usar todo o dinheiro para comprar dois ou três ou pode vender 02 imóveis e usar todo o dinheiro para comprar um. Portanto para a isenção o importante é que você use todo o dinheiro. Se você vender o imóvel por 500 mil reais e utilizar somente a metade para comprar outro haverá incidência de imposto sobre a parte do dinheiro que não foi utilizada na compra. esta isenção é apenas para brasileiros que residam no país.
Programa Ganho de Capital
Deve ser feito o download(baixado para o computador) do programa no site da Receita Federal do Brasil para todas as pessoas que não se encaixem nas isenções. Neste programa será feito o cálculo do imposto devido sobre o lucro imobiliário. É importante porque dentro do programa já consta os fatores de redução e é um excelente auxiliar. O programa aplica 03 fatores de redução conforme o caso. Para imóveis adquiridos antes de 1988 o contribuinte pode deduzir 5% ao ano em que ele ficou na sua propriedade. Se você comprou um imóvel em 1970 por 50 mil e o vendeu por 100 mil terá 50 mil reais de lucro imobiliário mas como o adquiriu em 1970 abate 5% por ano até 1988 ou seja 5% x 18 anos = 90% de abatimento sobre os 15% que ele teria que pagar sobre o valor do lucro imobiliário. Os outros dois fatores de redução implicam em descontos para imóveis que não foram atualisados a partir de 1996. Quanto a doações de imóveis se não houve atualização de preço por quem recebeu o imóvel em doação ele estará isento mas se quem recebeu a doação quiser atualizar seu valor estará sujeito as regras

Texto gentilmente cedido por
Saber Imobiliário.
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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Financiamento Imobiliário - Milhões a perder de vista

Foi-se o tempo em que o crédito imobiliário era usado apenas por famílias de classe média que passavam anos economizando para sair do aluguel. Cada vez mais um novo perfil de cliente integra as carteiras de financiamento imobiliário dos bancos. São os compradores de altíssima renda, que adquirem imóveis de luxo com valores que ultrapassam facilmente R$ 2 milhões. Não apenas os clientes de classe A estão optando pelo crédito, como estão escolhendo financiamentos de prazo mais longo possível, acima de 20 anos. Por trás da opção dos endinheirados pelo financiamento está uma conta simples. Muitos grandes investidores têm remuneração maior em suas aplicações financeiras do que os juros do crédito imobiliário. A taxa média de financiamento imobiliário no Brasil é de 11% ao ano mais Taxa Referencial (TR) para imóveis com valores acima de R$ 500 mil. Mas os clientes preferenciais conseguem, sem tanto esforço, pagar juros de 9,5% ao ano mais TR. Claro que esse custo não compensa para quem aplica suas economias numa caderneta de poupança.
Mas os milionários têm aplicações em renda fixa que rendem mais que 100% dos Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI), isto é, acima de 11,5% ao ano. “É uma conta simples, os clientes de primeira linha têm informações sobre diferentes investimentos e conseguem retornos acima do gasto com o financiamento imobiliário. Além de ter um resultado financeiro positivo, não perdem a liquidez”, diz José Roberto Machado, diretor de crédito imobiliário do Santander. Mas quem quer optar pelo financiamento para deixar o dinheiro aplicado deve ter calma. É preciso se assegurar de que o gerente do banco conseguirá condições especiais: um ponto percentual no juro faz uma diferença gigantesca nos empréstimos de longo prazo. Considerando um imóvel de R$ 4 milhões do qual o cliente queira financiar metade do valor: se a taxa de juros for de 11%, a parcela mensal num empréstimo de 23 anos é de R$ 25.500. Se o comprador conseguir negociar uma taxa de juros de 9,5%, sua prestação cai para R$ 17.300.
Talvez a opção seja buscar assessoria de empresas especializadas. A imobiliária carioca Judice & Araújo, que só comercializa imóveis de alto padrão, criou, depois de 36 anos, um departamento para ajudar os compradores a buscar crédito. O sócio da imobiliária, Frederico Judice Araújo afirma que há alguns anos não se cogitava financiar esses imóveis. “Mas, com a estabilidade da economia, os clientes fazem a conta e percebem que é possível ganhar mais em aplicações, dependendo do juro do crédito”, diz. De janeiro a setembro, a imobiliária já simulou financiamentos no valor de R$ 70 milhões e entre 15% e 20% dos clientes fecharam algum tipo de crédito com os bancos. “Tenho certeza que esse número vai crescer”, afirma Araújo. Em média, as famílias de classe A atendidas pela imobiliária financiam 47% do valor do imóvel por um prazo de 23 anos, mesmo em apartamentos de mais de R$ 35 milhões.
O perfil do comprador desses imóveis é semelhante ao de outras faixas de renda: homem, com 40 anos, casado, com o objetivo de moradia. “Mas notamos também maior interesse daqueles que querem um segundo imóvel, de veraneio ou para investimento”, afirma o sócio da imobiliária. O diretor de crédito imobiliário do Bradesco, Cláudio Borges, diz que o aumento de financiamentos para a classe A está ligado à queda dos juros e flexibilidade nos prazos. “Além do custo de oportunidade, os contratos de financiamento hoje são muito simples e aprovados rapidamente, principalmente para alguém que tem recursos”, afirma. Os prazos do crédito imobiliário estão cada vez mais longos, e o cliente de alta renda não é exceção. Com isso, o valor das prestações cai, aumentando a liquidez dos clientes. No Bradesco, a média de tempo solicitada ao assinar o contrato é de pouco mais de 23 anos (284 meses).
Há um ano, os contratos tinham em média 18 anos e meio. O tempo médio de quitação é normalmente mais curto (passou de 16 anos para 18). “Os clientes de alta renda não se preocupam com prazo na hora de solicitar o crédito porque sabem que podem pagar quando precisarem”, diz Borges. Os bancos fazem de tudo para atender bem os endinheirados em busca de crédito. “O spread nestes empréstimos é baixo, mas em média vendemos oito novos produtos com quem faz o financiamento imobiliário conosco”, acrescenta o diretor do Bradesco. Mas não é só a demanda dos ricos que vem aumentando a parcela dos imóveis de alto valor na carteira dos bancos. A escalada de preços dos últimos anos tornou mais comuns apartamentos e casas acima de R$ 1 milhão nas grandes cidades. Na zona sul do Rio de Janeiro ou em bairros como os Jardins, na capital paulista, a cotação de apartamentos de médio padrão facilmente supera a cifra.
Em consequência, o valor médio dos empréstimos imobiliários sobe. Em 2009, por exemplo, a fatia de clientes que comprava imóveis acima de R$ 500 mil era de 25% da carteira do Bradesco. No ano passado, chegou a 30% e se mantém neste patamar. Em valor, financiamentos acima de R$ 500 mil somavam 45% da carteira em 2009 e passaram a 50% em 2010 e 2011. O diretor da BM Sua Casa, Elyzeu Mardegan Filho, vê uma estreita relação entre a alta de preços e o alongamento dos prazos. “Vemos claramente uma extensão dos prazos da carteira de todos os financiadores”, afirma Mardegan. A carteira da BM Sua Casa tem prazo médio de 18 anos. Os compradores de classe média, que realmente dependem do crédito imobiliário para a compra da casa própria, querem crédito mais longo para obter prestações que caibam no bolso, já que a renda não está acompanhando a valorização dos imóveis.

Fernanda Pressinott
Publicado por Isto É Dinheiro.
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http://financiamentoimobiliario.imb.br/