A forte procura por imóveis residenciais e comerciais
para alugar fez a taxa de vacância recuar para o menor nível dos
últimos dez anos em 2011 e o valor do aluguel explodiu. Os imóveis mais
procurados no mercado de locação residencial são apartamentos de um e
dois dormitórios. No segmento comercial, áreas para escritórios no Itaim, em São Paulo, e no Leblon, Rio de Janeiro, são as mais cobiçadas.
Atualmente,
o aluguel de escritório no Rio já supera o de Nova York afirma a
gerente de pesquisa da Cushman & Wakefield South America, Mariana
Mokayad Hanania. Uma pesquisa feita pela empresa mostra que o valor do
aluguel do metro quadrado no polo de escritórios no Rio, que inclui a
zona sul, centro e orla, é de US$ 69,4. Em Nova York, na região de
Midtown, próxima do Central Park, US$ 62,6.
O terceiro lugar desse
ranking das regiões com aluguel comercial mais alto, à frente de
Washington, também é ocupado pelo Brasil. Só que pelo polo de escritórios de São Paulo, que inclui áreas nobres como Paulista, Jardins, Faria Lima, Chácara Santo Antônio, entre outras. Nessa região, o preço do metro quadrado está em US$ 60,3.
Segundo
Mariana, fazia tempo que São Paulo não tinha elevação tão forte no
preço dos aluguéis de escritórios; fenômeno frequente no Rio porque a
oferta de escritórios é restrita. O preço médio do aluguel do metro
quadrado de edifícios classe A no principal polo de escritórios de São
Paulo, que inclui Paulista, Jardins, Faria Lima, Itaim, Vila Olímpia, Berrini, Chácara Santo Antônio e Marginal Pinheiros,
atingiu R$ 111,8, no terceiro trimestre de 2011. A alta é de 22,6% em
relação a igual período de 2010 e de 4,3% ante o segundo trimestre de
2011.
O preço médio mais elevado do metro quadrado de escritórios
classe A em São Paulo é o da Faria Lima (R$ 146,3) e o índice de
vacância mais baixo é o do Itaim (0,9%), aponta a pesquisa da Cushman
& Wakefield.
"Hoje a taxa de vacância atingiu o recorde de
baixa em todos segmentos", diz Roberto Perroni, presidente da Cyrela
Commercial Properties (CCP), especializada em escritórios, shoppings e
galpões. No caso de escritórios, ele cita a taxa média de vacância, que
leva em conta os imóveis vagos em relação ao total de imóveis alugados
ou não, calculada pela CB Richard Ellis. Em São Paulo, esse índice médio
foi de 4,2% no terceiro trimestre de 2011 e de 3,1% no Rio.
Também
em shoppings há escassez de lojas para locação. Pesquisa nacional da
Associação Brasileira de Shopping Centers mostra que a taxa de vacância
chegou a 3,7% em setembro de 2011, um dos resultados mais baixos dos
últimos 12 meses. Em dois shoppings da CCP, que serão entregues em 2013,
mais de 70% das lojas já estão alugadas.
Supermercado
Na
opinião do consultor de locação do Secovi, o Sindicato da Habitação,
Cícero Yagi, o principal fator que elevou o preço do aluguel e fez
recuar a taxa de vacância foi o descompasso entre a oferta para locação
muito abaixo da demanda.
No caso dos escritórios, Yagi conta que
contratos novos estão sendo fechados com reajuste de 30%, superando de
longe a inflação, que fechou 2011em 6,5%, de acordo com o IPCA, e em
5,1%, segundo o IGP-M. Perroni, da CCP, chegou, nos últimos meses, a
obter alta de 45% no preço dos aluguéis por ocasião de revisões que
acontecem a cada três anos em contratos antigos.
Nos imóveis
residenciais com um e dois dormitórios, os aumentos também são fortes e
beiram a 20%, para novos contratos. A taxa de vacância é de 10%,
considerada baixa. A vacância normal oscila entre 15% e 20%.
Mas,
ao que tudo indica, esse quadro mais apertado entre demanda e oferta de
imóveis para alugar deve ter um certo alívio neste ano para o segmento
de escritórios, prevê Yagi. Com a oferta prevista de 300 a 400 mil
metros quadrados novos de áreas de conjuntos comerciais em São Paulo
por ano a partir de 2012, deve ocorrer uma subida na taxa de vacância.
Já no segmento residencial, o consultor acredita que o aumento da oferta
não será suficiente para conter os aluguéis no curto prazo.
Publicado por Estadão.com.br
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