Os
contratos de aluguel imobiliário indexados ao IGP-M (Índice Geral de
Preços - Mercado) que completam aniversário entre hoje e o fim de março
serão reajustados em 3,43%. Esta foi a variação acumulada em 12 meses do
indicador, desenvolvido pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia
da Fundação Getulio Vargas), menor resultado desde abril de 2010,
quando a alta foi de 2,88%.
Depois de atingir picos históricos
acima de 11% nos primeiros meses de 2011, o índice apresentou sua 13ª
queda consecutiva. Tendo em vista o aumento do valor da locação, má
notícia para os proprietários. Um aluguel de R$ 1.500, por exemplo, terá
acréscimo de apenas R$ 51,45.
Essa pequena gordura monetária é
motivo para comemoração dos inquilinos, que receberão golpe mais fraco
no orçamento para pagar os próximos 12 meses. “É sempre assim. Quem
recebe sofre e quem paga comemora”, destacou o proprietário da andreense
Colicchio Imóveis,
Miguel Colicchio Neto. “Mas sempre tem o lado bom”, disse o executivo
ao lembrar que o inquilino dificilmente quebrará os contratos por não
conseguir manter a liquidação das mensalidades com reajuste.
Para o
delegado regional do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de
Imóveis), Alvarino Lemes, não há motivos para que os inquilinos se
preocupem com reajustes maiores do que a variação do IGP-M. O indicador é
o mais utilizado em contratos de locação imobiliária, que normalmente
duram três anos e não são alterados neste período.
“Outro motivo é
que o preço, que já está muito alto na região por conta da falta de
oferta de imóveis para locar. Além disso, o proprietário não conseguirá
chegar a um acordo com o inquilino para aumentar o aluguel acima do
índice, hoje dá para financiar um imóvel com parcelas bem menores do que os aluguéis”, explicou.
Os
altos valores das locações, como citou Alvarino, são explicados pela
baixa oferta. “E há também uma demanda elevada. Sempre tem gente casando
ou querendo ser independente e está em busca da locação”, afirmou o
gerente do departamento de economia e estatística do Secovi-SP
(Sindicato da Habitação de São Paulo), Roberto Akazawa.
Em
janeiro, a equipe do Diário apurou que existem poucas casas para alugar
na região e os locatários enfrentam, em média, seis meses de procura por
um imóvel. Quando a preferência é por unidades com dois dormitórios e
uma vaga na garagem, as chances são menores. A explicação para esse
sumiço no mercado é simples: imóveis com essas características são os
mais procurados porque atendem a diversos gostos.
INDICADOR - O
IGP-M caiu 0,06% em fevereiro contra janeiro, resultado que contribuiu
para a 13ª queda consecutiva no acumulado de 12 meses. O indicador é
calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior
e 20 do mês de referência, neste caso fevereiro.
Publicado por Diario do Grande ABC
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